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Minha querida casinha

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Juliana entrou algo receosa e a medo. Pousou a sua mochila na cadeira e sentou-se, esperando que ninguém desse por ela. Desde que tinha cegado que a sua vida se fazia em tropeções, hesitações, encontrões e desastres caseiros. Como pode uma dona de casa independente lidar com a frustração de, agora nada ver e não conseguir deitar água num copo, sem entornar tudo ou cozinhar um belo de um arroz, sem o medo de se queimar ou deitar tudo por fora? Era para isso que ela ali estava. Iria iniciar a sua reabilitação e ter a tão esperada ajuda para ultrapassar todos estes medos e receios... O medo dos "efs" faca, fogão e ferro. Tudo que possa magoar, cortar ou queimar! Mas, seria Juliana capaz? O seu medo consome-a e o primeiro passo é tentar controlá-lo. A professora atira-a aos leões... Hoje vamos fazer arroz de atum! O quê! Já!? Sim, diz a professora, estarei sempre ao seu lado e vou orientá-la em todos os passos, um passinho de cada vez! Primeiro, vamos picar a cebola. Faca?!

Quem és tu, Stargardt?

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Aos doze anos usava óculos e já inha perda de visão, mas os médicos diziam que eu tinha alguma coisa, mas não sabiam bem o quê. Pensavam que era estrabismo, mas afinal já era a doença a manifestar-se! Na escola, apesar de ser de referência, a Psicóloga achou melhor não frequentar aulas de Braille, para não ficar traumatizada! Vá-se lá perceber ... Hoje em dia já poderia dominar esta ferramenta espetacular! Entretanto, fui aprendendo por manuais gigantes e volumosos, super aumentados para os conseguir perceber. O mesmo com os testes e as fichas... Só em Barcelona me detetaram a doença, Doença de Stargardt! A herança genética de meus pais, portadores sem saberem, como muitos que devem por aí existir. A árvore genealógica apenas provou que os antepassados eram portadores, mas nenhum a teve. Uma mãozinha do destino juntou duas pessoas portadoras que me trouxeram esta senhora. Mal eu sabia que o meu marido também seria portador e as minhas filhas viriam a ter também esta companhia indese

Uma Nova Realidade

S. entrou de braço dado com a mãe e vinha conversadora e bem disposta. Sabem aquela boa disposição que usamos para disfarçar o nosso nervosismo miudinho de quem vai começar algo novo, num local novo, com pessoas novas? É tudo muito novo e não sabemos como vai correr, como nos vamos adaptar e se vai resultar! Quando a vida nos prega algumas partidas e nos retira um dos nossos sentidos, parece que o mundo desaba. S. conseguiu enfrentar tudo sem ajuda psicológica, acabou por confessar, se não fosse a ajuda do Reiki não sei onde estaria. Os conhecimentos que tem permitem-lhe ter a tranquilidade de parar e de captar as boas energias que precisa, não só para si, mas também para quem a rodeia. Muitos projetos iniciados e agora em pausa ou rolando mais lentamente. Um curso de piano e outro de órgão, entre muitos cursos tirados entretanto e que não foram garante de futuro ou meramente de um emprego. O futuro é de quem o abraça e, no que depender de nós, tudo faremos para que as oportunidades e

DE REGRESSO À NORMALIDADE ANORMAL...

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Neste ano de loucos, em que tudo parece ter parado no tempo e as pessoas parecem ter mudado, nada efetivamente parece o que é. Já tiveram a sensação de que tudo que vos dizem parece ter um senão? Toda a informação que nos passam parece ser verdade hoje, mas amanhã já não é bem assim. Como conseguimos viver nesta incerteza? Incerteza de que vamos ter emprego, incerteza de que podemos comprar comida, incerteza de que podemos sair para comer fora, incerteza de que podemos tomar um copo com os amigos... Não sei qual a vossa relação com a máscara, mas para mim parece uma prisão. Costumávamos rir dos Chineses que andavam sempre de máscara nas ruas, mas o caminho para nós começa a ser igual. Este mundo dá voltas inesperadas e devemos aprender com toda esta situação e mudar. Mudar nunca é fácil, mas ser igual todos os dias e esperar que a vida mude, não vai dar. Vi muitos comentários nas redes sociais dizendo que talvez os humanos tenham aprendido uma lição com esta pandemia e comecem mais

"Manual da Escuridão!"

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"HÁ QUALQUER coisa que o acorda em plena noite. Uma angústia, uma necessidade premente de ordem. Está tudo desordenado. Não só a casa, cuja manutenção descurou nestes últimos dias. A vida, também. A luz, o tempo; tudo provém de um lugar diferente do esperado. E, como Victor tardará pouco a verificar, o lugar é tudo. O ponto de partida. Estou aqui e quero chegar ali. Tenho isto pela frente e aquilo atrás. Isto vem antes, aquilo depois. Ordem, Tem muito que fazer e não sabe de quanto tempo dispõe antes que a cegueira escureça de todo os seus dias. «Põe numa lista tudo o que tens a fazer. Depois, vais riscando à medida que a cumprires. Vais ver que alívio.» É a voz da mãe. Que útil lhe seria agora a mãe. A sua voz, a sua mera presença, o seu coração grande de mais. Agora não pode pensar no passado. O presente ocupa tudo com a sua soberba, com os seus mesquinhos requisitos. Faz uma lista. Prepara uma folha em branco e divide-a a meio com um risco horizontal. No cabeçalho da metade s

WORKSHOP - Imprensa Braille: Passado e Presente

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A Reabilitação Funcional de Cegos Adultos, do Centro de Reabilitação da Areosa está a organizar um workshop, sob o tema “Imprensa Braille: Passado e Presente”, a realizar no dia 15 de outubro de 2014, das 10h às 12h, nas instalações deste centro. A realização deste workshop tem como principal objetivo a comemoração do Dia Mundial da Bengala Branca, símbolo de independência, liberdade e confiança das pessoas cegas, assim como o reconhecimento da sua autonomia e plena participação na sociedade. O programa do workshop “Imprensa Braille: Passado e Presente”, consistirá em três momentos: I. Breve apresentação histórica da Imprensa Braille; II. Apresentação de como se produz um livro em braille; III. Exemplos da utilização do braille nos tempos modernos. Caso esteja interessado deverá proceder à sua inscrição na secretaria até ao dia 8 de outubro. O workshop terá um número limite de inscrições, sendo admitidas por ordem de chegada. Contactos: Centro de Reabilitação da Areosa - Rua D.

Autismo vs Asperger

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Não é raro ouvirmos as pessoas, e por vezes os próprios técnicos, questionarem se estão perante uma pessoa autista ou com síndrome de Asperger. Por vezes, a distinção não é fácil e a confusão generaliza-se. Por isso achei interessante o quadro que descobri num site e cujo link aqui vos deixo para que possam espreitar. http://br.guiainfantil.com/ O quadro é bastante claro e elucidativo... Espero ter ajudado!