"Ser Professor de Educação Especial"

Recentemente, numa das minhas pesquisas, encontrei um documento relativo ao 1º Congresso Internacional "Ser Professor de Educação Especial", realizado pela Pró-Inclusão - Associação Nacional de Docentes de Educação Especial. O congresso teve lugar nos dias 27 a 29 de Novembro de 2009 e foram debatidos temas como a Educação Inclusiva, Sistemas Educativos, Avaliação e Intervenção Educacional, Profissionalidade, Avaliação e Formação Docente.

O documento apresenta as conclusões que resultaram dos debates e das comunicações apresentadas, e que consistem em quinze pontos: Educação Inclusiva, Práticas, Centros de Recursos para a Inclusão (CRI), Financiamento, Cooperação, Avaliação dos Alunos, Educação Especial, Docente de EE, Modelo de Formação de Docentes, Diálogo Institucional, Lei Portuguesa, Conceitos, Intervenção Precoce, Ensino Superior e Famílias e Comunidade. De todas as conclusões apresentadas resolvi destacar aquelas que considerei mais pertinentes e dignas de nota.

A Educação Inclusiva tem constituído um caminho inovador e "é uma reforma educacional que tem por objectivo a melhoria e promoção do acesso e a eliminação da exclusão." No entanto, para que este modelo seja bem sucedido são necessárias transformações em todo o sistema educativo em geral e nas escolas, em particular. Tal implicará a implementação de modelos de diferenciação pedagógica para todos os alunos, devendo as abordagens centradas nas incapacidades ser abandonadas.

A escola, e os Agrupamentos de Escolas, deverão trabalhar em conjunto com as restantes entidades num espírito de cooperação e entre ajuda. "... a escola deve-se implicar em processos de transformação e diferenciação e dispor de recursos humanos e materiais para responder aos desejos que se lhe colocam."

Outra das conclusões foi o ênfase dado ao Docente de EE e a necessidade de se clarificar a especificidade da sua profissão. "Apesar das competências específicas que lhe são atribuídas, a actividade destes docentes, não se pode reduzir a uma intervenção meramente técnica e isolada. O professor de EE deve constituir-se como um recurso de apoio e coordenação dos esforços da escola na resposta à diversidade. Desta forma, devem ser também repensados os rácios presentes de colocação, a divisão do grupo disciplinar e a distribuição da carga horária."

Quanto ao Modelo de Formação Docente as conclusões foram benéficas em admitir que os modelos adoptados actualmente, pelas Instituições de Ensino Superior, não estão de acordo com os modelos pedagógicos praticados nas escolas. Deste modo, a formação em serviço destes é vista com bons olhos, até pela presença de alunos com dificuldades na sala de aula.

Para quem realizou a especialização em Ensino Especial, numa Instituição do Ensino Superior, e saiu com a consciência de que teria de continuar a estudar, pesquisar, ler e experimentar estas conclusões são um refresco numa tarde de verão!! A ver vamos ...

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