O Livro Negro das Cores




Quem for da década de 80 ou gostar de filmes dessa época, poderá lembrar-se do drama "Mask" (1985), no qual o protagonista, Rocky, usa gelo, uma pedra aquecida e outros itens para explicar as cores à sua amiga cega, Diana.
Em 2008, "The Black Book of Colors" (O Livro Negro das Cores), da autora Menena Cottin e ilustradora Rosana Faria, teve como objectivo fazer o oposto, transmitir a experiência de cegueira àqueles que podem ver.
As páginas do livro são todas em cartolina preta e o texto está impresso a prateado, para quem tem visão e em braille, para os invisuais. O texto, de certa forma numa linguagem poética e simbólica, é acompanhado por ilustrações em relevo e descreve como um menino com problemas de visão se refere às cores, ele não pode ver, mas tenta transmitir-nos a nós, meros visuais, como ele vê as cores.
 "Segundo o Tomás, o amarelo sabe a mostarda, mas é macio como as penas dos pintaínhos. "
Daí falarmos de uma obra de arte, pois sem provar como saberíamos a que o amarelo sabe?
Outras páginas conseguem transmitir melhor o que é descrito, como uma poça de água estagnada ou a  batida constante da chuva.
"A água sem sol não diz muito ao Tomás: não tem cor, nem sabor, nem cheiro."
A intenção é clara: promover a empatia e a imaginação, não o literalismo. Uma obra a não perder, principalmente, para quem vê e uma experiência alucinante, para quem não vê!!

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